Já que a grande preocupação mundial é a saúde e o meio ambiente, nada melhor do que se destacar a existência de um esgoto a céu aberto, incrustado no centro da cidade de Santa Bárbara, atrás do muro do Estádio Municipal Raimundo Edson da Costa.
A cena ali presenciada é de deixar qualquer um horrorizado. Aparentemente escondido pelos muros do campo de futebol da cidade, o antigo córrego cedeu lugar a um fétido esgoto a céu aberto. O esgotamento sanitário inadequado, proveniente de empresas e domicílios situados na região central, é despejado no córrego e depois lançado no Rio Santa Bárbara.
O problema também é motivo de piada e chacota, principalmente quando times de fora vêm jogar na cidade. Nas partidas de futebol, é insuportável ter que conviver com o mau cheiro, percebido a metros de distância, principalmente nos dias mais quentes.
E para quem acha que o problema se arrasta o ano inteiro, está muito enganado. A cada ano, mais precisamente no dia 1º de Maio, comemoração do Dia do Trabalhador, a Prefeitura Municipal ordena que seus operários façam uma maquiagem no local. São colocados tapumes de compensado, na tentativa de esconder aquela cena dantesca e minimizar os impactos do mau cheiro. Afinal, “o que os olhos não vêem, o coração e o nariz não sentem”.
Não é de hoje que vimos essa maquiagem acontecer. Anos e anos se arrastam e nada se faz para resolver definitivamente o problema. O descaso com a situação é vergonhoso. Chego até a pensar que o município não conta com um Conselho Municipal de Meio Ambiente (também chamado de CODEMA). Afinal, existe tal órgão? Se existe, porque não soluciona o problema?
O esgoto de nossa cidade não é tratado com seriedade. Ou melhor, o esgoto em Santa Bárbara não recebe tratamento nenhum: do jeito que sai de nossas casas ele chega até o rio mais próximo, na maioria das vezes, o Rio Santa Bárbara. Observe a curva do bairro Praia, o quintal de residências da Rua Conselheiro Afonso Pena, o entroncamento com o pontilhão da antiga Rede Ferroviária, os fundos do hospital, para não falar da Represa do Peti, a verdadeira lata de lixo de todos os cidadãos santa-barbarenses.
Para piorar a situação ainda existem corajosos pescadores, aparentemente mal informados dos problemas relacionados à contaminação dos peixes, que disputam espaço no local. Só mesmo vendo para acreditar!
Fica aqui o recado. Vamos abrir os olhos. Falta respeito na preservação do nosso rio. Vamos trabalhar pessoal do CODEMA, uma vez que este não parece o LEMA. Qual é então o PROBLEMA?
Reportagem originalmente publicada no Jornal Impacto, Edição 141ª, 2ª Quinzena de Julho/2010. Texto de Viko Gomide.











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