Ministério Público determina paralisação das obras da Samarco

Postado por Grupo Ambiental de Santa Bárbara 21 de maio de 2013 Comente!

Impactos vizinhosA Promotoria de Justiça de Santa Bárbara determinou o imediato embargo das obras da empresa Samarco no distrito de Brumal. O promotor de justiça, Dr. Rodrigo Otávio Wanis expediu, dia 15 de maio, a Portaria MPMG-0572.13.000125-6 determinando que a Prefeitura Municipal de Santa Bárbara e a Polícia Ambiental suspendessem as obras, haja vista a instauração de Inquérito Civil visando apurar impactos negativos causados ao Núcleo Histórico de Brumal e ao meio ambiente pela empresa Samarco.

Entenda mais sobre o Projeto Quarta Pelotização (P4P) da Samarco

A empresa pretende captar água do rio Conceição e enviar para sua unidade industrial localizada nos municípios de Mariana e Ouro Preto. A adutora de 40 km de tubulação faz parte do empreendimento Projeto Quarta Pelotização (P4P), através do qual a Samarco pretende expandir suas exportações. Para evitar o alto custo de construção de ferrovias, a empresa utiliza minerodutos para transportar o minério de ferro para o Porto de Ubu, na cidade de Anchieta, no Espírito Santo.

A água é o 2º insumo mais importante no processo, haja vista ser necessário transformar o minério de ferro em uma polpa capaz de escoar pela tubulação. Apesar do declive natural do mineroduto, que nasce nas serras mineiras e termina nas praias capixabas, a polpa de minério não conseguiria atravessar a Serra do Caparaó, na divisa de MG com ES, sem a ajuda de grandes bombas Booster, localizadas no distrito de Padre Fialho, na cidade de Matipó.

Apesar de ser mais barato transportar minério de ferro através de minerodutos, a Samarco está enfrentando problemas para conseguir água. Os potenciais hídricos disponíveis das cidades de Mariana e Ouro Preto já estão totalmente comprometidos com a empresa, que os utiliza para manter em funcionamento suas unidades de produção e os dois minerodutos já existentes. Na ausência de água nas imediações da unidade industrial, restou à empresa investir na construção de uma adutora de 40 km de tubulação e tentar captar água no rio Conceição, em Santa Bárbara.

Para mais informações, leia também:

Embargo

Prefeitura Municipal realizou reunião com representantes da comunidade para discutir as obras da Samarco

A reunião aconteceu dia 16 de maio e contou com a participação da Samarco. Foi restrita aos representantes das ONG´s e associações comunitárias de Santa Bárbara, Brumal e Barra Feliz; representantes das localidades de Santana do Morro, Cubas e Sumidouro, também atingidas pelo empreendimento; o Presidente da Câmara Municipal; e os representantes da ACISB e do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Santa Bárbara.

Apesar de o empreendimento gerar impactos socioambientais em todo o município, a Prefeitura Municipal optou, neste primeiro momento de discussão, por debater o tema com poucos participantes. Entretanto, já informou que irá realizar várias audiências públicas para discutir os impactos advindos das obras de construção da subestação de energia elétrica e da casa de bombas da Samarco, em Brumal.

O prefeito municipal, Leris Braga, abriu a reunião com um rápido pronunciamento e passou a palavras às entidades da sociedade civil. A primeira a se pronunciar na reunião foi a ONG GASB. O presidente Luciano Melo, que também é o representante da instituição no Conselho Municipal de Meio Ambiente (CODEMA), apresentou parte dos artigos da legislação municipal que as obras da Samarco estão desrespeitando. Tomando como referência o Plano Diretor de Santa Bárbara e a Lei de Uso e Ocupação de Solo, ele destacou que o empreendimento, classificado como de grande impacto, está sendo realizado em uma região residencial, inserida em uma Área de Preservação Ambiental e Cultural, sujeita a inundação, localizada às margens de recursos hídricos, sem o afastamento mínimo exigido por lei (50 metros).

Se não bastassem estas negligências legais, suficientes para proibir a continuação das obras e o impedimento de captação de água naquele local, Luciano Melo também apresentou documentos que comprovam que a Samarco, mesmo após ter construído mais de 3 mil m2 de obras, não possui o Alvará de Localização, tampouco o Alvará de Construção. O empreendimento também não possui a anuência do Conselho Municipal de Meio Ambiente (CODEMA) e nem a anuência do Instituto Estadual de Patrimônio Histórico. Por fim, o representante da ONG GASB concluiu sua fala destacando que deixar a Samarco invadir o município, contrariar a legislação municipal e fazer degradação socioambiental é assinar um atestado de incompetência administrativa e de irresponsabilidade com a sociedade santabarbarense.

Foto completa obra

Em breve, mais detalhes da reunião e discussões acerca da legislação estadual e municipal descumprida pela empresa Samarco.

Gostou deste artigo? Então deixe seu comentário. Aproveite a oportunidade e assine gratuitamente nossas atualizações via RSS Feed.

Seja o primeiro a comentar!

Postar um comentário

Gostou do que encontrou aqui? Então fique à vontade para fazer seu comentário. E não se esqueça de recomendar aos amigos.

Seja bem-vindo e obrigado pela visita!

Atenção: A moderação está habilitada. Desta forma, seu comentário só será publicado após aprovação da equipe coordenadora.

  • Meio Ambiente

    Últimas notícias sobre as questões ambientais, legislação pertinente e principais problemas locais.
  • Contas Públicas

    Publicações efetuadas pelos órgãos públicos municipais no Diário Oficial de Minas Gerais.
  • Reuniões da Câmara

    Participe das reuniões e fique por dentro das matérias discutidas e votadas pelos vereadores.
  • Especial Serra do Gandarela

    Projeto de Criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela.

Facebook

Atualizações do Site

Seguidores

Visitantes

free counters

Estatísticas Site ONG Gasb

237
assinantes
fãs
seguidores
artigos
comentários

Informe seu email para receber novos artigos

Publicidade