Acontece no Rio de Janeiro, de 12 a 15 de abril, o 1º Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale. O evento deverá reunir representantes de organizações sociais e sindicais do Canadá, Chile, Argentina, Guatemala, Peru e Moçambique. A proposta do encontro é dar voz às comunidades e trabalhadores que são afetados pela empresa.
No Brasil, duas caravanas foram formadas: uma em Minas Gerais e outra na região Norte. A jornada começou dia 05 de abril e tem como destino a cidade do Rio. Durante o percurso, os participantes terão a oportunidade de conhecer as cidades e comunidades afetadas pela Vale, bem como discutir sobre os conflitos e impactos gerados nas áreas ambientais, trabalhistas e de posse de terras.
Caravanas
O lançamento da Caravana das Minas Gerais aconteceu em Belo Horizonte, na segunda (05 de abril). Na oportunidade, Moisés Silva, membro do Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale, explicou que a idéia é expandir as informações sobre as práticas da empresa pelas comunidades onde passarem.
“A ideia das Caravanas surgiu da vontade de proporcionar aos grupos o contato com diferentes realidades e a troca de experiências de resistência e luta.
As comunidades locais serão enriquecidas pela experiência dos visitantes. Da mesma forma, estes poderão tocar com as próprias mãos a violência do conflito sócio-ambiental em que o povo vive e também apreciar a sua resistência e criatividade.”
Um dos principais pontos do debate gira em torno da reserva hídrica da Serra do Gandarela, manancial que abastece a cidade de Belo Horizonte. De acordo com Moisés, a Vale teria mostrado interesse em explorar minério de ferro nessa região, o que afetaria a qualidade da água e o abastecimento da população da capital mineira.
Na terça (06 de abril) foram realizadas visitas na comunidade do Bairro São Geraldo em Belo Horizonte.
Ontem (07 de abril) foi a vez da cidade de Santa Bárbara receber a Caravana. Os participantes visitaram o distrito de André do Mato Dentro e debateram com a comunidade o Projeto Mina Apolo e os impactos sobre a Serra do Gandarela.
Representando os movimentos socioambientais do município, estiveram presentes membros do Grupo Ambiental de Santa Bárbara [ONG Gasb] e da Associação de Moradores da Comunidade de André do Mato Dentro. Também participaram do debate, ambientalistas e cidadãos, tanto da sede do município quanto do distrito.
De acordo com a equipe da [ONG Gasb], foi um importante momento para troca de informações. Estavam presentes comunidades espalhados pelo mundo inteiro que dispunham de um histórico de lutas bastante parecido.
Um importante ponto destacado no debate foram as estratégias utilizadas pela empresa para trâmite dos processos de licenciamento ambiental. O descaso com a população, assim como aconteceu com o processo de liberação para construção do Terceiro Mineroduto Germano-Ubu, da Samarco Mineração (cuja Vale é umas das controladoras), é uma constante em quase todas as áreas.
Também foram relatados casos de corrupção de servidores públicos, propinas para gestores municipais e até uso de agressão física para “calar” movimentos populares.
Para os próximos dias estão previstas visitas às cidades de Itabira (altíssimos índices de poluição causados pela extração de ferro), Conceição do Mato Dentro (projeto da MMX/Anglo Ferrous) e Congonhas.
Já a Caravana Pará-Maranhão cruza o chamado eixo Carajás, região onde a Vale coleciona empreendimentos milionários e violações de direitos humanos.
Os dois grupos se encontrarão na abertura do encontro na segunda-feira, dia 12, em Sepetiba, no Rio de Janeiro, onde a Vale participa da construção de mais uma siderúrgica, a CSA, que impactou violentamente a vida de centenas de famílias de pescadores artesanais.
Sínteses de cada uma das etapas serão publicadas no site Justiça nos Trilhos e ou no blog do Comitê Mineiro dos Atingidos pela VALE. Acompanhe!











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