O ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, natural de Santa Bárbara (MG), principal referência política do prefeito Toninho Timbira, foi acusado pela 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte como participante do mensalão mineiro, esquema de desvio de recursos públicos durante a campanha à reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998. Além de Mares Guia, também foram denunciados pelos crimes de peculato (uso ilegal do cargo público) e lavagem de dinheiro, o empresário Marcos Valério e outros nove acusados.
Pela denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República em 2007, teriam sido desviados R$ 3,5 milhões por meio de contratos de publicidade entre a agência SMPB e as estatais Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). A SMPB é do empresário Marcos Valério. Os recursos seriam destinados a eventos esportivos, mas teriam ido parar na campanha eleitoral de Azeredo.
Ainda de acordo com o Ministério Público,
“Walfrido dos Mares Guia participa ativamente dos destinos financeiros e políticos da disputa eleitoral. Ele negociou a contratação de Duda Mendonça, por intermédio de Zilmar Fernandes, pelo montante de R$4,5 milhões, sendo que o valor oficialmente declarado foi de apenas R$700 mil.”
A denúncia levou Mares Guia a deixar o governo Lula em 2007. Na época, ele coordenava o Ministério das Relações Institucionais.
Vão responder ainda na 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte pelos mesmos crimes: Cláudio Mourão da Silveira, Clésio Soares de Andrade, Ramon Hollerbach Cardoso, Cristiano de Melo Paz, Eduardo Pereira Guedes Neto, Fernando Moreira Soares, Lauro Wilson de Lima Filho, Renato Caporali Cordeiro e José Afonso Bicalho Beltrão da Silva.
Caso foi desmembrado em 2009
Em maio de 2009, o relator do processo no STF, o ministro Joaquim Barbosa, ordenou o desmembramento do processo. Todos os acusados, exceto Eduardo Azeredo, deveriam responder pelos crimes na Justiça Federal de 1ª Instância. Como os crimes descritos na denúncia não são da competência da Justiça Federal, os autos foram remetidos para a Justiça Estadual.
Entenda como funcionava o Mensalão Mineiro
Créditos: Infográfico do Portal G1 da Globo.com.
Trajetória Política
O político Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto nasceu em Santa Bárbara, no dia 24 de novembro de 1942. Foi diretor do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Minas Gerais de 1974 a 1982 e Presidente do Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). O primeiro cargo público foi como Secretário Municipal de Planejamento de Belo Horizonte, que ficou sob seu comando no período de 1983 a 1985. Durante o governo de Hélio Garcia em Minas Gerais, de 1991 a 1994, foi Secretário da Educação do Estado.
O primeiro mandato eletivo, no entanto, só veio em 1994, quando foi eleito vice-governador de Minas Gerais na chapa de Eduardo Azeredo. No governo, exerceu o cargo de Secretário de Planejamento e Coordenação-Geral do Estado até o final de seu mandato. Em 1998, conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PTB, partido ao qual ficou filiado de 1994 a 2009 e cuja primeira vice-liderança na Câmara ficou sob sua responsabilidade de 1999 a 2000.
Atuou como coordenador de campanha de Ciro Gomes no primeiro turno das eleições presidenciais de 2002. Com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno e a aliança com este, Walfrido Mares Guia foi nomeado Ministro do Turismo em 2003. Em 2006 passou a ocupar o cargo de ministro das Relações Institucionais.
No dia 22 de novembro de 2007, foi acusado pelo Procurador Geral da República de ter participação do mensalão mineiro, considerado o embrião do "escândalo do mensalão", e renunciou ao cargo, sendo substituído no ministério pelo deputado federal José Múcio Monteiro do PTB de Pernambuco, até então o líder do governo na Câmara.
Reportagem: Assessoria de Comunicação ONG GASB, com informações do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
1 comentário
Como sempre tudo vai acabar em PIZZA!!! Pois quando se trata de justiça nesse caso, a própia corrupção também acaba corrompendo o poder judiciário no nosso país e vemos que o Direito Administrativo só fica no papel e não entra em prática para punir esses "safados" que ludibriam o povo para continuar se beneficiando!
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