Os municípios de Santa Bárbara, Conselheiro Lafaiete, Cambuquira e Três Pontas aparecem, pela ordem, em um ranking ainda desconhecido e nada lisonjeiro: são as localidades que abrigam os lixões de maior periculosidade ao meio ambiente e aos seus habitantes, entre outras 230 que adotam esse modelo de descarte de resíduos sólidos, em Minas Gerais.
A posição conquistada por Santa Bárbara, à frente na lista, tem explicação: seu lixão situa-se entre dois cursos d’água, em local de alta declividade e muito próximo de núcleos urbanos. “São muitas as condições negativas presentes num único lugar”, avalia Gerson Mattos Freire, que defendeu dissertação de mestrado pelo (Instituto de Geociência) da UFMG em 3 de abril.
Denominada Análise de municípios mineiros quanto à situação de seus lixões, a dissertação, orientada pela professora Ilka Soares Cintra, consiste em propor metodologia para fornecer dados mais precisos sobre a realidade de 230 lixões localizados no estado e, assim, munir o poder público de informações qualificadas para a recuperação de áreas mais críticas.
Ao analisar a realidade mineira sob esta ótica, Gerson Freire constatou que, dos 853 municípios de Minas, 559 possuem lixões. Ele trabalhou com apenas 230 porque são os que possuem dados válidos de coordenadas geográficas. O pesquisador apurou ainda que apenas 55 cidades destinam seus resíduos para usinas de triagem e compostagem, enquanto somente 17 dispõem de aterros sanitários. Seu objetivo, conforme ressalta o especialista, não é crucificar os municípios. Pelo contrário: uma de suas metas consiste em propor metodologia para fornecer dados mais precisos sobre a realidade de 230 lixões do estado, localizáveis por coordenadas geográficas. Por meio dessas informações, o poder público poderá realizar escolhas melhor qualificadas para a recuperação de áreas mais críticas.
O sistema de lixões provoca sérios danos ambientais. O chorume pode contaminar lençóis freáticos, cursos livres de água e o ar. Em seu trabalho, Gerson detalhou diversos fatores de impacto, distribuindo-os em naturais e antrópicos (decorrentes da ação humana) e atribuindo notas a cada um. Por esse processo, quanto mais baixa a pontuação total, piores são as características ambientais, sanitárias e sociais dos lixões.
Para desenvolver a nova metodologia, o pesquisador extraiu e conjugou, por meio de software desenvolvido pela UFRJ, dados relativos a fatores naturais e antrópicos existentes em bases de dados de diversos órgãos ambientais de Minas Gerais – Geominas, Copasa, IEF, Igam e Feam, entre outros.
Mais detalhes no site da TV Alterosa, no Blog Vida Universitária e no Boletim da UFMG.
Atualização 14 de março de 2010
Se o assunto lhe interessou, sugerimos que leia também o artigo Lixo Urbano: Barão de Cocais recebe prêmio, enquanto Santa Bárbara mantém pior lixão de MG, que aborda o mesmo problema urbano.











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